sexta-feira, 7 de novembro de 2014

A poesia de Cecília Meireles

 
Doodle do Google homenageia 113o. aniversário de Cecília Meireles.
Cecília Benevides de Carvalho Meireles (Rio de Janeiro, 7 de novembro de 1901 — Rio de Janeiro, 9 de novembro de 1964) foi uma poetisa, pintora, professora e jornalista brasileira . 

Gosto muito desta poesia:

Motivo
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.


Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.


 Um pouquinho da vida e obra...

Em 1919, aos dezoito anos de idade, Cecília Meireles publicou seu primeiro livro de poesias, Espectros, um conjunto de sonetos simbolistas. Embora vivesse sob a influência do Modernismo, apresentava ainda, em sua obra, heranças do Simbolismo e técnicas do Classicismo, Gongorismo, Romantismo, Parnasianismo, Realismo e Surrealismo, razão pela qual a sua poesia é considerada atemporal.

Teve ainda importante atuação como jornalista, com publicações diárias sobre problemas na educação, área à qual se manteve ligada, tendo fundado, em 1934, a primeira biblioteca infantil do Brasil. Observa-se ainda seu amplo reconhecimento na poesia infantil com textos como Leilão de Jardim, O Cavalinho Branco, Colar de Carolina, O mosquito escreve, Sonhos da menina, O menino azul e A pombinha da mata, entre outros. Com eles traz para a poesia infantil a musicalidade característica de sua poesia, explorando versos regulares, a combinação de diferentes metros, o verso livre, a aliteração, a assonância e a rima. Os poemas infantis não ficam restritos à leitura infantil, permitindo diferentes níveis de leitura.

Como esse, tão singelo:

Olha
a janela
da bela
Arabela.

Que flor
é aquela
que Arabela
molha?

É uma flor amarela.


Em 1923, publicou Nunca Mais… e Poema dos Poemas, e, em 1925, Baladas Para El-Rei. Após longo período, em 1939, publicou Viagem, livro com o qual ganhou o Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras. Católica, escreveu textos em homenagem a santos, como Pequeno Oratório de Santa Clara, de 1955; O Romance de Santa Cecília e outros.


Texto retirado de:


MEIRELES, Cecília. Ou isto ou aquilo. Ilustrações de Eleonora Affonso. 3. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1977.

MEIRELES, ______. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira: 2001. v. 1 e 2.

2 comentários:

  1. Realmente notei ao visitar o seu site a sua paixão literária por
    Cecília Meirelles e sem sombra de dúvida, é a única.
    Seus poemas têm um cuidado muito grande com a musicalidade e são envoltos em um universo muitas vezes de sonho, de fantasia, às vezes de solidão, acho simplesmente maravilhosa.
    Agradeço por compartilhar comigo este poema de Cecília Meirelles.
    Um grande abraço.
    ClaraSol

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  2. Obrigada, Clara!
    Bom poder compartilhar essa paixão pela Literatura!

    ResponderExcluir

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